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Violência contra criança: Bater para educar afeta o desenvolvimento e reflete até a vida adulta

Castigos físicos e psicológicos na infância são considerados crimes no Brasil. Agressores recebem penas que podem variar de acordo com a gravidade do caso.


Por Loide Gonçalves


Castigos físicos além de não educar, também afetam a vítima desde a infância até a vida adulta, é o que dizem profissionais da psicologia. No Brasil, existem leis que protegem as crianças de qualquer tipo de agressão para garantir a proteção de menores.


Mão de criança para ilustrar a luta contra a violência infantil. Crédito: Loide Gonçalves

Uma mãe, de 27 anos, que prefere não se identificar, lembra que em sua família era comum apanhar com cipó, cinto, peão roxo e até cabo de vassoura. “Lembro de várias surras. Mas teve uma que as professoras reclamaram de mim e minha mãe me colocou dentro do chuveiro, jogou sal grosso e me bateu com cinto. Minha pele ficou toda áspera”, relembra.

Por essas lembranças, quando se tornou mãe, decidiu fazer diferente. Mesmo não sendo fácil, trabalha a paciência e o diálogo. “Eu e minha filha nos damos muito bem. Apesar de ter apenas 3 anos, ela consegue me compreender. Não quero que ela ache normal gritos, ofensas ou agressões”, conta.


‘Condicionados ao que vemos’

Segundo a psicóloga Eusa Beloti, quando uma criança é agredida, mesmo que os pais pensem que é para corrigir, estão ensinando que “quem ama bate”.

“Uma criança que vive uma infância com agressividade, ela vai crescer um adulto agressivo. Um pai que ama, que dá carinho, agride, então ela vai ser um adulto que vai bater na esposa, porque inconscientemente é isso que ela entende. ‘Eu te amo, mas eu te bato’”, conta a profissional.

Saiba como denunciar

Jean Caetano, conselheiro tutelar, conta que existem várias leis que proíbem a violência contra crianças, uma delas a Lei Menino Bernardo, conhecida como Lei da Palmada.

“Segundo seus defensores, a lei da palmada é uma das ações que pretende educar as pessoas para que resolvam os problemas através do diálogo e da compreensão mútua”, explica.

Os casos de suspeita ou confirmação de situações de violência contra criança ou adolescente devem ser comunicados ao Conselho Tutelar mais próximo ou pelo Disque 100.

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